jeudi 31 décembre 2009

Retrospectiva 2009 - Rio vence eleição histórica e leva Olimpíada para América do Sul

Sob o olhar dos principais chefes de Estado do mundo, incluindo o presidente e fenômeno de popularidade mundial Barack Obama, o Rio de Janeiro foi o protagonista da maior festa dos bastidores do esporte no ano de 2009 ao ser confirmado como palco dos Jogos Olímpicos de 2016, os primeiros a serem realizados em terras sul-americanas na história do evento. Em eleição ocorrida no dia 2 de outubto, em Copenhague, o município fluminense venceu a batalha contra as rivais Chicago, Tóquio e Madri, adversária brasileira na decisão.

Com seu projeto bastante elogiado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) nos dias que antecederam o anúncio, além de ser apontado como favorito nas principais casas de apostas, a candidatura Rio 2016 angariou 66 votos contra "apenas" 32 dos espanhóis após as eliminações das demais concorrentes nas etapas anteriores da seleção. No entanto, a vitória fluminense só se concretizou graças aos apoios de americanos e japoneses que, fora da disputa, transferiram as escolhas aos brasileiros e tiraram a diferença de Madri, que inicialmente era de 28 a 26.

Para realizar a primeira Olimpíada sul-americana da história, o Rio de Janeiro usou como armas de sua campanha na Dinamarca a hospitalidade do povo brasileiro e o fato de sua economia ter sido a menos afetada pela recessão mundial entre as cidades concorrentes. No entanto, o maior atrativo aos olhos dos dirigentes do COI foi a beleza visual e natural da capital do Estado, mostrada em filme produzido pelo renomado cineasta e produtor Fernando Meirelles, que deu destaque aos cartões postais Cristo Redentor e Corcovado e ocultou as favelas e desigualdade social da cidade.

Além disso, para convencer os membros da entidade, o Rio contou com um importante time de ilustres durante toda a trajetória de candidatura, inclusive na cerimônio no anúncio, entre eles o ex-jogador Pelé, o campeão olímpico e mundial de natação César Cielo, o ex-tenista Gustavo Kuerten, o escritor Paulo Coelho, a ex-jogadora Hortência, o atleta paraolímpico Daniel Dias e a jovem corredora Bárbara Leôncio, apenas 17 anos. No entanto, ninguém se destacou mais que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ao lado de Obama na cerimônia, foi um verdadeiro cabo eleitoral carioca em Copenhague e com certeza o mais emocionado com a confirmação que veio com a abertura do envelope.

"Hoje o Brasil conquistou sua cidadania internacional. Quebramos a última coisa de preconceito. Mostramos para todo mundo que temos condições. Saímos do patamar de segunda classe para primeira. Respeito é bom e nós gostamos de receber", disse o presidente, que não segurou as lágrimas na comemoração ao lado de Pelé, do ministro dos Esportes, Orlando Silva, do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, e do governador do Rio, Sérgio Cabral. "Se eu morresse agora já teria valido a pena viver", afirmou.

No entanto, se por um lado mostrou aspectos positivos da cidade, a candidatura fluminense teve que superar a desconfiança internacional em temas como violência e infra-estrutura para vencer a batalha pelos Jogos. Além disto, outro fator que atrapalhou a campanha brasileira foram as suspeitas de superfaturamento e má administração das verbas públicas durante os Jogos Pan-Americanos de 2007, também realizados no Rio de Janeiro.

Com a eleição ganha, o Comitê Organizador dos Jogos terá bastante trabalho para superar questões bastante polêmicas, entre elas uma das ondas de violência mais sangrentas dos últimos anos e que tomou conta da cidade logo após o anúncio do COI. No dia 17 de outubro, apenas 15 depois da escolha da sede, a derrubada de um helicóptero policial por supostos traficantes no Morro dos Macacos, região próxima ao Estádio do Maracanã, foi o detonador de uma crise que deixou um saldo de ao menos 42 mortes em uma semana e ganhou a capa dos jornais de todo mundo, aumentando a preocupação sobre a realização dos Jogos na cidade. Outras questões que incomodam e exigirão trabalho das autoridades são os problemas de transporte, acomodação e problemas ambientais, como a despoluição da Baía da Guanabara.

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